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Uso Correto do português abre portas no mercado de trabalho

ADMto setembro 10, 2012 Nenhum comentário

Uso Correto do português abre portas no mercado de trabalho

Em bilhete enviado às ministras Izabella Teixeira e Ideli Salvatti, a presidenta Dilma Rousseff errou no uso do “por que”. O deslize mostra como a Língua Portuguesa é pedra na frente dos concurseiros e de quem procura vaga no mercado de trabalho. De acordo com especialistas, o conhecimento do Português e de redação pode garantir a contratação. Sem o domínio das regras, há o risco de nem se chegar a entrevistas de seleção.

Segundo Fernanda Schnoor, responsável pelo recrutamento no setor de Recursos Humanos da Telco Brasil, muitos candidatos parecem ter se acostumado com corretores ortográficos em computadores e celulares. Esse ‘vício’ dificulta o acerto. Além disso, é preciso exercitar.

“Leitura é a prioridade. A escrita é o reflexo da leitura. O candidato precisa ler mais. Recebemos currículos que são exemplares, mas, na prova, nos decepcionamos”, diz.

Chance reduzida

Quando o pretendente à vaga não tem habilidade com o Português, seja na escrita ou na fala, a chance de contratação é bem menor. “Pessoas já enviaram currículos com diversos erros”, conta a especialista da Telco Brasil. “Isso é ponto negativo na hora de pensar na admissão do profissional”.

Fernanda, que faz cerca de 250 entrevistas por mês, alerta: “É preciso reler, corrigir e pedir opiniões de outros”.

Dicas para boa redação em concursos e se sair bem nas entrevistas de seleção

Nas redações, comuns em diversos concursos públicos, a chance de errar é ainda maior. Elaborar um texto, seja ele com tema definido ou livre, é motivo de bloqueio e ‘tropeços’ no uso do idioma natal pelos candidatos, segundo Sandro Lucena, professor de Português da Academia do Concurso.

Para ele, o início costuma ser o principal obstáculo. “Na redação, o difícil é sempre saber como iniciar o texto. Depois que o aluno consegue elaborar a introdução, geralmente o desenvolvimento da redação acontece com mais facilidade”, analisa Lucena.

Marcelo Rosenthal, que é professor de Língua Portuguesa do site Concurso Virtual, nota que a maior dificuldade é fazer uma redação com coerência. “Bancas pedem textos dissertativos, em que o candidato deve expor seu entendimento sobre o tema proposto. Nesse momento, serão analisados os recursos de argumentação, avaliando se eles estão de acordo com a tese apresentada”, explica.

Para Rosenthal, a melhor dica é a mais simples. “Somente use um vocábulo quando tiver a certeza de como escrevê-lo”, sugere o especialista.

Cursos de redação, como o da Academia do Concurso, treinam os estudantes para enfrentar as provas | Foto: Divulgação

De acordo com a professora do Centro de Estudos Guerra de Moraes Adriana Figueiredo, o tempo médio que se deve reservar para a prova discursiva é de 50 a 60 minutos, no máximo: “É o necessário para se cumprir todas as etapas em uma redação nota 10 — análise do tema, preparação de um roteiro, rascunho, texto final e revisão”, diz.

Gilberto Vieira, 55 anos, percebeu a necessidade de melhorar em redação para tentar uma vaga no serviço público. Ele fez um curso de 16 horas, dividido em quatro aulas, sobre como escrever nos concursos que pretende fazer.

“Estou me preparando para Tribunal Regional do Trabalho do Rio e resolvi estudar português”, conta. Pelo visto, investir em curso vale a pena: “Antes, minha redação não tinha estrutura. No final, meu professor disse que meu texto estava ‘nota dez’”.

Sem deslize nas entrevistas

Currículo nota zero – O uso do português em entrevistas já começa mal se o candidato não revisa o próprio currículo, de acordo com Lucimeri Fragoso, gerente de RH da Sig Engenharia. “Muitos não têm conhecimento da nova ortografia e, principalmente, não revisam o texto. Percebo muitos erros por aí”, conta.

Na ponta da língua – “Em entrevistas, gírias são muito comuns. São hábitos e é preciso melhorar esse tipo de postura”, sugere Lucimeri. Ela ainda lembra que, recentemente, entrevistou um engenheiro que confundiu ‘gestão de pessoas’ com ‘gestação de pessoas’. Parece pequeno, mas deslizes como esses podem ser prejudiciais na rotina, na hora de lidar com clientes.

De olho nos erros – Qualquer um pode ‘tropeçar’ no português. Nos currículos, Fernanda Schnoor, responsável pelo recrutamento na Telco Brasil, repara que o maior índice de erros está na grafia do S, Ç, SS e X. “Acentuação e pontuação erradas também acontecem bastante”, destaca. Professor no Concurso Virtual, Marcelo Ronsenthal reforça que a literatura exercita o português e aperfeiçoa a escrita de qualquer um: “A escolha de bons livros, jornais e revistas certamente acaba por elevar as possibilidades de se redigir um texto com mais competência”.

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